Tomar decisões é um dos atos mais profundamente humanos que existem. Em cada escolha, grande ou pequena, definimos quem somos e para onde vamos. O livro El Arte de la Decisión, de Pedro Vivar, traz uma visão clara e direta sobre esse processo: decidir não é apenas selecionar um caminho, é um exercício de autoconhecimento e coragem. É reconhecer que cada decisão molda a nossa identidade e determina a qualidade da vida que construímos.
Clareza: o ponto de partida
Não existe decisão consciente sem clareza. O livro enfatiza que a maioria das pessoas vive num estado de ruído mental, dividida entre expectativas externas, medos internos e condicionamentos antigos. Antes de decidir, é preciso aprender a escutar — não o mundo, mas a nós mesmos. A clareza nasce do silêncio, da capacidade de pausar e observar. Quando nos permitimos esse espaço, começamos a distinguir o que desejamos do que simplesmente repetimos.
Decidir com clareza é agir com lucidez, sem precipitação. É permitir que a vida se organize dentro de nós antes de se manifestar fora.
Coragem: a energia que sustenta a decisão
Segundo Pedro Vivar, nenhuma decisão significativa é confortável. Escolher implica abandonar alternativas, enfrentar incertezas e assumir responsabilidade. Coragem não é ausência de medo — é avançar apesar dele. É reconhecer que a ação sempre envolve risco, mas que permanecer imóvel também tem um custo.
Tomar decisões corajosas é escolher a si mesmo. É deixar de viver para cumprir a expectativa dos outros e começar a viver para honrar a própria verdade. A coragem é o músculo interno que se fortalece cada vez que damos um passo em direção ao que realmente queremos.
Leveza: decidir sem peso desnecessário
Um dos ensinamentos mais bonitos do livro é o convite à leveza. Muitas vezes, transformamos decisões em pedras enormes porque carregamos culpa, autocobrança e perfeccionismo. Pedro Vivar lembra que decidir com leveza não significa decidir sem responsabilidade, mas decidir sem drama. A leveza surge quando entendemos que nenhuma escolha é definitiva — apenas abre novas possibilidades.
Quando soltamos o peso do medo de errar, começamos a agir com naturalidade. A vida flui com mais suavidade e o processo decisório torna-se menos sobre controlar e mais sobre confiar.
Presença: estar inteiro no momento da escolha
A capacidade de decidir melhora drasticamente quando estamos presentes. A presença envolve atenção plena, consciência das emoções, percepção do corpo e foco no aqui e agora. O livro reforça que decisões tomadas por impulso ou por ansiedade tendem a afastar-nos de nós mesmos. A presença, por outro lado, alinha pensamento, emoção e ação.
Decidir com presença é decidir com integridade. É agir com a sensação de que estamos exatamente onde devemos estar.
Ação consciente: transformar decisão em movimento
Decidir não é o fim — é o início. Pedro Vivar aponta para a importância de agir com consistência após escolher. Uma decisão sem ação é apenas intenção. A ação consciente é aquela que respeita o ritmo, a energia e o propósito. Não exige pressa, mas exige movimento.
Quando a ação acompanha a decisão, nasce a coerência. E a coerência é um dos pilares do desenvolvimento pessoal, pois cria confiança interna e fortalece a sensação de direção.
Escolher a si mesmo: o grande gesto
No centro da mensagem do livro está uma verdade simples: decidir é um ato de liberdade. Cada vez que decidimos com clareza, coragem, leveza e presença, estamos a afirmar o nosso valor. Estamos a dizer ao mundo: “esta é a minha vida, e eu assumo o comando”.
O poder de decidir, quando exercido com consciência, transforma não apenas o caminho, mas quem o percorre. É um processo contínuo de autoexpressão, autenticidade e expansão. E é, acima de tudo, um lembrete de que somos criadores, não apenas participantes, da nossa própria história.
